Audiência pública debateu combate e prevenção ao suicídio

por Ascom publicado 02/10/2017 10h55, última modificação 02/10/2017 11h02
Ignorado por medo de “contágio” ou culpa, o suicídio está entre os assuntos mais evitados pelos brasileiros e pela imprensa, criando um tabu social maléfico.

 Segundo a organização mundial da saúde, 32 brasileiros cometem suicido por dia. Taxa superior a de vítimas de AIDS e da maioria dos tipos de câncer.  Na noite da última sexta-feira, 29, o tema foi debatido na Câmara Municipal de Gurupi, por meio de uma Audiência Pública.

  O idealizador da audiência foi o vice-presidente da Casa, Zezinho da Lafiche (PROS). “Precisamos nos atentar para esse problema que na maioria das vezes não é percebido pelos familiares e pessoas próximas e que se tornou questão de saúde pública, a sociedade e o poder público precisam olhar com mais atenção para esse mal que tem crescido em ritmo assustador”, observou o vereador.

 Os profissionais convidados para falar sobre o assunto foram o psiquiatra Moysés Chaves, as psicólogas Larissa Azevedo, Dulcimara Carvalho e Eliana Castro. Também estiveram presentes o Major Jaime Porfírio do 4º Batalhão da Polícia Militar de Gurupi, o pastor Carvalho, o padre Eldinei Carneiro e o pastor e deputado estadual Eli Borges.

Médico psiquiatra

 Segundo o médico Moysés Chaves é preciso falar mais sobre o assunto. “Observem quantas campanhas sobre o outubro rosa teremos a partir de agora, é um movimento nacional pesadíssimo, mas o setembro amarelo é pouco divulgado, quase não se vê sobre o assunto na mídia” comentou e continuou “as emissoras acham que ao abordar o assunto vão estimular pessoas a cometerem o suicídio, mas não é assim, é preciso falar, é preciso alertar as pessoas e incentivá-las a busca ajuda”, finalizou.

  Chaves disse ainda que geralmente quando uma pessoa decide por fim a sua vida ela vinha sofrendo há muito tempo de uma doença silenciosa: a depressão. E alertou que é preciso reconhecer os sintomas para buscar ajuda.

 “Alguns dos sintomas da depressão são: tristeza profunda durante vários dias; perder o interesse pelas coisas que gostava antes; perca de energia física e mental; alterações no sono e no apetite, perder ou ganhar peso; alterações na memória; começar a pensar que a vida de uma maneira geral está sem sentido” citou o médico.

 Psicólogas

A psicóloga Larissa Azevedo destacou que as pessoas que sofrem de depressão dão alguns sinais que podem ser percebido pelos mais próximos. “Precisamos prestar mais atenção nos nossos familiares e amigos, desta forma podemos ajudá-lo e incentivá-lo a busca ajuda profissional, pois existem profissionais capacitados para lidar com essas situações”.

 Algumas dicas foram dadas pela psicóloga Eliana de Castro. “Criar proximidade com a pessoa que está dando sinais, escutar sem fazer juízo de valor, deixar a pessoa expressar seus sentimentos, encorajá-la a buscar ajuda profissional, tentar perceber se existe um plano de suicídio, nunca deixar a pessoa sozinha”.  

Sugestões

 O vereador Zezinho da Lafiche apresentou algumas propostas, como a promoção de palestras para profissionais, exposição de cartazes visando identificar possíveis pacientes, a criação de um sistema de coleta de dados integrado à secretaria de saúde, identificar e monitorar possíveis casos, idealização de canais de atendimento  aos diagnosticados. Ao final o vereador apresentou um projeto de Lei que dispõe sobre medidas de combate ao suicídio no âmbito do município de Gurupi.

A sugestão do médico Moysés Chaves, é de fazer campanhas em rádio de dois a três minutos abordando temas como sinais da depressão, levando as pessoas a estimular o auto diagnóstico.